Início Arquitetura 4 ambientes que podem desaparecer nos próximos anos

4 ambientes que podem desaparecer nos próximos anos

O arquiteto Diego Revollo lista quatro espaços da casa para se desfazer

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Quando começamos um novo projeto, nós arquitetos, ditamos as principais diretrizes de um layout e nossa contribuição sempre vai além do briefing inicial do cliente. Nesse sentido, quem não é familiarizado com o nosso trabalho acredita que trata-se apenas do dimensionamento e distribuição do mobiliário a partir de espaços pré-determinados. No entanto, a nossa responsabilidade é bem maior: nós determinamos, por meio de um rearranjo ou da concepção de uma nova planta, como o morador irá usar a sua casa nos próximos anos. Cabe ao arquiteto, após o estudo aprofundado da planta, alertar o cliente sobre áreas desnecessárias ou vícios que estão ligados a ideias pré-concebidas de uma casa.

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Listei aqui quatro ambientes que você pode pensar em abolir, caso não sejam de extrema prioridade na sua rotina. Já que viver com menos e de uma forma simplificada é uma certeza que está acima de tendências e modismos passageiros.

Projeto do arquiteto Diego Revollo (Foto: Divulgação)
(Foto Divulgação)

1 Living e home theater
A televisão surgiu no Brasil na década de 1950, inicialmente como um eletrodoméstico de luxo, que rapidamente se popularizou, revolucionou comportamentos e influenciou a maneira de morar. Nos anos 1980, com a chegada dos primeiros modelos estéreos ao mercado, o aparelho foi lentamente saindo da sala de estar e ganhando um ambiente totalmente dedicado a ela.

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No começo dos anos 1990, com o surgimento dos home theaters, a TV foi quase que banida das salas criando uma divisão que perdurou por muitos anos. E a sala de estar, já rebatizada de living, tinha apenas uma função restrita: receber ou acomodar moradores e convidados.

Atualmente, o que vemos é a televisão aos poucos perdendo sua força dentro das casas. Cada vez mais, passamos menos horas concentrados a sua frente. Ao mesmo tempo, com a restrição de ambientes e com espaços cada vez mais integrados, a ideia de uma única sala com diversas funções cresce e o living passa a abrigar a TV, como elemento secundário, mas presente novamente na ambientação.

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Projeto do arquiteto Diego Revollo (Foto: Divulgação)
(Foto Divulgação)

2 Sala de jantar e sala de almoço
É inegável e cada vez mais verdadeira a ideia de que não podemos dedicar preciosos metros quadrados a uma sala que raramente é usada. Em um mundo onde que cada vez mais pessoas fazem as refeições distantes de suas casas e o hábito de sair para comer, principalmente entre jovens, é adotado como prioridade em detrimento de outros gastos, qual o sentido de termos duas salas dedicadas à mesma função?

Ainda que em alguns casos a área não seja escassa, não faria mais sentido ter apenas uma sala confortável, ampla que tranquilamente abarque os dois usos? A maneira de fazer as refeições mudou, o tempo ficou mais restrito e formalidade e suntuosidade não combinam com o cenário atual. Assim, uma única sala de refeições, ou mesmo mesas ou bancadas integradas à cozinha estão cada vez mais populares.

Projeto do arquiteto Diego Revollo (Foto: Divulgação)
(Foto Divulgação)

3. Lavanderia
Por mais absurda que pareça a ideia não ter um espaço físico para uma lavanderia, é comum nos Estados Unidos e Europa. Aqui, nos principais centros urbanos, unidades com metragens reduzidas já são entregues com lavanderias coletivas junto à área comum dos condomínios ou prevêem um espaço diminuto junto à cozinha para abrigar máquina de lavar e eventualmente um tanque.

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Aqui no escritório já nos deparamos com as duas situações e, do ponto de vista estético e funcional, conseguimos ótimos resultados prevendo apenas um tanque oculto dentro da marcenaria para apoio ou seguindo a marcenaria da cozinha padronizamos o acabamento junto à máquina, tanque e varal oculto.

Projeto do arquiteto Diego Revollo (Foto: Divulgação)
(Foto Divulgação)

4. Despensa
Talvez o hábito de armazenar alimentos e mantimentos em um ambiente isolado seja muito mais questão de organização do que uma necessidade intrínseca. A indústria de cozinhas planejadas a cada ano nos traz inovações e hoje já é possível deixar tudo organizado utilizando apenas um módulo de armário.

Ainda que alguns apartamentos sejam entregues com esse pequeno espaço, na maioria das vezes, é preferível incorporar o mesmo à área da cozinha. A forma antiga de comprar e estocar alimentos vem aos poucos deixando de existir. Atualmente, compra-se menos e com mais frequência: um hábito novo que pode ate ser agendado pela internet. Os excessos de outras épocas, aos poucos, perdem espaço e não combinam com um mundo que caminha para um consumo consciente em todas as áreas.

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via: https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Colunistas/Diego-Revollo/noticia/2018/06/4-ambientes-que-podem-desaparecer-nos-proximos-anos.html

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