Início Arquitetura As 5 ordens da arquitetura clássica – entenda melhor

As 5 ordens da arquitetura clássica – entenda melhor

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Criadas pelos gregos e romanos, grandes construtores da Antiguidade, as cinco ordens clássicas foram durante muito tempo uma parte inseparável da arquitetura. É, portanto, um conhecimento básico de Arquitetura Clássica, seja para arquitetos ou estudantes.

Em linhas gerais, há cinco ordens clássicas arquitetônicas: dórica, jônica e coríntia, de caráter grego e ainda, as ordens toscana e compósita, de caráter romano. As diferenciações a cada uma das nomenclaturas são evidenciadas na composição e/ou ornamentação dos capitéis – extremidade superior da coluna, responsável por transferir os esforços do entablamento ao fuste e descarregá-los sobre a base e/ou estilobata. Junto ao capitel, há outros elementos constituintes das ordens clássicas – cornija, friso, frontão, epistilo, fuste, pódio e estilobata.

Cada um destes elementos é único. Sendo assim, são usados em estruturas específicas e em momentos precisos. As ordens usadas pelos gregos eram essencialmente construtivas. Os romanos, por outro lado, usam como elementos puramente decorativos, sem qualquer valor estrutural. Apesar disso, continuavam usando-as construtivamente nas colunadas de fóruns e templos.

ordens clássicas
Da esquerda para a direita as cinco ordens clássicas: toscana, dórica, jônica, coríntia e compósita.

Fizemos, portanto, um resumo geral sobre a descrição de cada uma das 5 ordens clássicas:

ORDEM DÓRICA

É considerada a primeira e mais rústica das ordens gregas. Seu surgimento é datado de aproximadamente 10 séculos antes de Cristo junto à conquista do povo Dório na região sul da Grécia. É, portanto, a mais antiga das ordens clássicas. Segundo Vitrúvio, a origem deste estilo pode ter ocorrido a partir de construções rústicas em madeira.

ordens clássicas

As colunas na ordem dórica possuem oito diâmetros de altura e raramente possuem ornamentos na base ou em seus capitéis. A exceção, no entanto, fica por conta das molduras. Embora o friso se distinga de tríglifos e métopas, os ornamentos do friso são compostos de tríglifos.

ordens clássicas
Ordem dórica em templo construído pelos gregos no sul da Itália.

A ordem clássica dórica foi bastante empregada em edifícios em homenagem às divindades masculinas. Isto se dá devido a suas linhas rudimentares e estéticas ligadas à proporção do corpo masculino. Ainda de acordo com Vitrúvio, o dórico exemplifica “proporção, força e garra do corpo masculino”. São exclusividades do estilo dórico a simplicidade e o rigor das formas, expressões nítidas em Esparta.

ORDEM JÔNICA

A ordem clássica jônica apresenta uma espécie de relação média entre as proporções mais brutas e outras mais delicadas. A ordem jônica surgiu no leste da Grécia (Jônia) por volta de 450 a.C, mas foi muito utilizada em Atenas. Suas linhas são orgânicas, leves e fluídas com alusão às linhas do corpo feminino, o que caracteriza a “esbelteza feminina”.

ordens clássicas

As colunas jônicas possuem altura nove vezes maior que seu diâmetro. O capitel é adornado com pergaminhos enquanto a cornija possui dentículos. Possui ainda vinte e quatro linhas verticais.

Como exemplo de um templo na ordem clássica jônica estava o famoso Templo de Diana em Éfeso. Segundo a tradição, o templo foi construído à semelhança de uma mulher jovem, agradável e de longos cabelos. É basicamente o oposto da ordem dórica que está relacionada ao corpo masculino forte e robusto.

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ORDEM CORÍNTIA

A ordem clássica coríntia começa a ser usada no século IV a.C e é considerada como uma evolução da ordem jônica. Por sinal, é considerada a mais rica e bela das cinco ordens clássicas. Literalmente uma obra de arte sem precedentes. Seu surgimento se deu na cidade grega de Corinto pelo poeta, arquiteto e bibliotecário Calímaco.

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As colunas coríntias possuem dez a altura de dez vezes seu diâmetro. Além disso, é considerada a mais esguia das colunas, entre as três ordens clássicas gregas. O seu capitel é adornado por duas fileiras de folhas de acanto, com grandes dimensões de semicilíndricas.

De acordo com Vitrúvio, esta ordem tem como função imitar a doçura e a beleza de jovens donzelas. “Por seu turno, o terceiro, que é chamado coríntio, procura reproduzir a delicadeza virginal, pois as donzelas, em razão da tenra idade, formadas por membros mais graciosos, produzem com seus adereços efeitos mais agradáveis”.

Um exemplo bastante conhecido de construção em ordem coríntia é o Templo de Zeus Olímpico em Atenas.

ordens clássicas
A mais exuberante das ordens clássicas é utilizada na agência central de Correios de Nova York, Estados Unidos.

ORDENS CLÁSSICAS ROMANAS

ORDEM TOSCANA

É a primeira das ordens clássicas desenvolvida em Roma. De forma geral, é basicamente uma simplificação da ordem dórica. Criada na Toscana, de onde deriva seu nome, a coluna tem sete diâmetros de altura e seu capitel, base e entablamento poucos moldes. A simplicidade da deste tipo de coluna a torna elegível em lugares onde o ornamento seria supérfluo. Para Vitrúvio, é “adequada para fortificações e prisões”.

Henry Wotton, em seu livro “Elements of Architecture”, descreve-o como “um pilar plano, sólido e rural, que se assemelha a um trabalhador robusto e de corpo bem trabalhado, vestido de maneira caseira”.

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Utilização de pilares em ordem toscana no Convento de São Paulo (1618), Inglaterra.

ORDEM COMPÓSITA

Foi desenvolvida pelos romanos a partir da mistura das ordens clássicas jônica e coríntia. Até o Renascimento era simplesmente considerada uma versão tardia do coríntio. Porém, trata-se de um estilo que insere ao mesmo tempo no capitel as volutas do jônico e as folhas de acanto do coríntio. A coluna possui dez módulos de altura.

O pilar compósito é normalmente encontrado em edifícios onde a força, a elegância e a beleza são mostradas.

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A igreja de Saint-Gervais-et-Saint-Protais em Paris (construída entre 1457 e 1618) possui pilares em ordem dórica no primeiro pavimento, em ordem jônica no segundo e em ordem coríntia no terceiro.

Embora elas não sejam diretamente mais usadas, a importância das ordens reside na ideia de serem criadas como um elemento unitário que resume a proporção e a escala, como deveriam ser todos os elementos de uma boa arquitetura.


via: http://44arquitetura.com.br/2018/08/ordens-classicas-arquitetura/

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