É cada vez mais comum o uso de paredes verdes em projetos de interiores. Entre os benefícios, está um maior contato com a natureza no projeto, que ganha mais dinamismo. Seja com plantas naturais ou permanentes, os ambientes ganham mais charme, bom gosto e sofisticação.
Quem perguntar para arquitetos, decoradores e designers de interiores quais são seus materiais preferidos, boa parte das respostas trarão o uso de elementos naturais. Entram nessa lista os metais, as madeiras e as pedras, mostrando texturas autênticas que levam o projeto a um nível diferenciado de requinte. No entanto, esse conjunto de itens tem ganhado um novo participante: as paredes verdes.
Na realidade, são estruturas que reúnem plantas – verdadeiras ou permanentes – em uma parede toda, ou então em parte dela. Em comum, está a aplicação vertical, dando vida e dinamismo à composição. Afinal, com moradores cada vez mais exigentes com seus lares, é preciso pensar em soluções diferenciadas, que fujam das respostas óbvias e dos clichês.
Antes de decidir pela utilização de jardins verticais, é preciso analisar o ambiente e verificar com os moradores se desejam que a vegetação seja autêntica, com plantas de verdade, ou com peças permanentes, ou seja, que não são naturais. Determinados espaços podem não reunir as características necessárias para o crescimento de mudas. Há também casos em que os proprietários não desejam fazer qualquer tipo de manutenção ou rega, por mais simples que seja, fazendo com que as peças sintéticas sejam a melhor opção.
A questão é que o jardim vertical artificial está transformando o décor de ambientes dos mais variados estilos – indo dos clássicos aos contemporâneos. Um dos motivos é a alta tecnologia, que permite desenvolver produtos idênticos aos naturais. É como uma obra de arte, atendo-se aos mais minuciosos detalhes para chegar a um resultado cativante. A seda fina e o poliéster, por exemplo, permitem criações de qualidade e reprodução super-realista no que diz respeito a cores, brilho, textura e movimento das plantas. Não raro, é difícil distinguir a vegetação natural da artificial.
Os produtos industrializados podem ser produzidos em praticamente qualquer tamanho, contando com uma ampla gama de espécies. Como benefícios, não demandam manutenção ou sistema de irrigação, o que torna o seu uso prático e econômico, principalmente em ambientes corporativos.
Outras vantagens incluem o desenvolvimento sob medida, o fato de não atrair insetos e a possibilidade de colocar em locais sem iluminação natural. A ideia é sempre proporcionar a sensação de um jardim natural em espaços cujas características não permitem, seja por condições de iluminação inadequadas ou por falta de infraestrutura hidráulica.
Uso histórico
Apesar do recente boom, a presença dos jardins verticais no Brasil remonta aos anos 1980 com o sucesso do paisagista Burle Marx. Entretanto, com a expansão dos conceitos de sustentabilidade, as plantas foram ressignificadas na decoração de interiores. Os motivos são tanto estéticos quanto funcionais e conceituais. Afinal, uma parede verde ocupa um espaço relativamente pequeno, auxiliando na redução do stress e fadiga mental – o que leva à satisfação, bem-estar e paz de espírito.
No caso das plantas verdadeiras, é essencial uma análise aprofundada do local, levando em consideração a iluminação e o clima – pois isso direciona a escolha das plantas ideais para serem cultivadas. Em locais onde o sol bate bastante, existem espécies que se adaptam melhor, como a aspargo-pluma, a barba-de-serpente e o colar-de-pérolas. Quando o cômodo representar uma meia-sombra, ou mesmo o interior, exemplares de antúrio, asplênio e bromélias figuram entre as melhores pedidas.
Nessa lista podem estar também a peperômia, a samambaia, a flor-batom e o singônio. Contudo, quando o assunto é a restrição de espécies, pode-se cultivar praticamente qualquer tipo de plantas em jardins verticais. Porém, é importante que as raízes tenham espaço para se desenvolver no suporte selecionado, que deve dar conta do peso total – incluindo a terra úmida.
A estrutura, aliás, é outro quesito que demanda atenção. É que existem diversos modelos, diferenciando-se de acordo com o tamanho e valores. Entre os mais consagrados, estão os blocos pré-moldados, que podem ser instalados em muros impermeabilizados ou mesmo sem apoio, já que as peças oferecem nichos que auxiliam no suporte. Blocos de cerâmica também estão muito em voga, mas demandam impermeabilização, pintura e argamassa na hora de instalar.
Apesar de essas duas opções serem bastante difundidas, há alternativas como a estrutura modular de plástico. Ela pode ser encontrada em unidades ou em kits, trazendo a vantagem de poder ser instalada nos mais variados tipos de superfícies, permitindo criar jardim verticais diferenciados. Existem também as treliças e vasos, que são fabricados em diversos modelos e tipos de materiais. Possuem fácil montagem e costumam resultar em projetos personalizados e atemporais.
Como as paredes verdes estão intimamente ligadas a projetos que refletem a identidade daqueles que vivenciam os ambientes, o ideal é que essas pessoas sejam diretamente envolvidas no processo de escolha das peças, com a assessoria de arquitetos, decoradores, designers de interiores ou paisagistas. Entra nesse contexto também os cuidados com a irrigação. É algo que deve ser feito conforme a necessidade de cada espécie, dando preferência para adubação natural, como o humus de minhoca, por exemplo. O motivo é que o jardim estará sempre bastante próximo do contato físico com as pessoas, e é preciso evitar o uso de produtos químicos. Afinal, beleza e funcionalidade são tão essenciais quanto a saúde de todos que utilizam o espaço.
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Via Revista Sua Casa (https://www.revistasuacasa.arq.br/paineis-verdes-a-natureza-na-decoracao/)