Em 1846 a Assembléia Provincial de São Paulo aprovou a criação do Lyceu de Curitiba. Alguns anos mais tarde, com a emancipação do Paraná, o liceu passou a chamar-se Instituto Paranaense, e após a Proclamação da República, recebeu a denominação de Gymnasio Paranaense.
Em 1903, o governo estadual decidiu construir um edifício para abrigar não só o ginásio como também a escola normal. “Cogita o governo de mandar construir outro prédio de proporções que satisfaçam as exigências do futuro e com todas as condições de comodidade e higiene, destinado ao funcionamento do Gymnasio Paranaense e da Escola Normal, e para isso já dispõe dos recursos necessários.”
CONSTRUÇÃO
Coube o projeto ao engenheiro Afonso Teixeira de Freitas e a construção a José Bienek, tendo a mesma sido concluída em agosto do ano seguinte.
O grande desenvolvimento vivido pela cidade, na primeira metade do século XX, e as modificações do ensino motivaram a construção de novo edifício, para o qual foi transferido o antigo liceu, que desde 1953 passara a ser denominado Colégio Estadual do Paraná.
Modificado para atender um uso administrativo, o edifício torna-se em 1965 sede da Secretaria do Estado da Educação e Cultura, passando, nove anos depois, a abrigar a Diretoria de Assuntos Culturais.
Exemplifica, o antigo ginásio, o ecletismo de vocabulário neoclássico: composição simétrica, monumentalidade através do destaque de um corpo central, colunas greco-romanas e platibanda vazada no coroamento das fachadas.
ARQUITETURA
O prédio é sublinhado pelo torreão central, destacado, em planta, ao avançar em relação ao conjunto, e em elevação, ao sobrepor-se à massa do edifício. A composição dos vãos obedece a duas diretrizes: no térreo, retangulares; no andar superior, arrematados em arco pleno.
Colunas de capitel greco-romano ladeiam os vãos do andar superior. Vale mencionar, internamente, o espaço central, de duplo pé-direito, coberto por claraboia que cumpre o papel de área de circulação e distribuição, abrindo para ele as salas, dispostas à sua volta.
No andar superior a circulação é feita por uma passarela, que sustentada por colunas de ferro desenvolve-se à volta do vazio desta área. São também metálicos o guarda-corpo dessa circulação e a armação da claraboia.
As paredes são de alvenaria de tijolo, possuindo as externas, revestimento à bossagem, o que confere ao edifício uma austeridade peculiar aos edifícios públicos da época.
DADOS
Localização: Rua Ébano Pereira, 240.
Data da construção: 1904.
Autor do projeto: Afonso Teixeira de Freitas.
Proprietário: Governo estadual.
Tombamento estadual: Processo nº 59/ 77, Inscrição nº 58, Livro do Tombo Histórico. Data: 20/071977.
VIA: Espirais do tempo
JERA Arquitetura e Engenharia – contato@jera.site
Projeto de Arquitetura • Arquiteto • Engenheiro Civil • Construção • Regularização • Acompanhamento de Obra •
Aprovação de Projeto • Laudo, Perícia, Técnico de Engenharia • Reparos e Reformas