A moradia de 30 m² integra conceitos de vida simples, flexibilidade, mobilidade e sustentabilidade.
O escritório Delton Leandro Arquitetura inaugura a primeira casa contêiner de Lorena, na região do Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo. Localizada em uma chácara no perímetro urbano da cidade, a moradia de 30 m² traz à região uma nova proposta arquitetônica que integra conceitos de vida simples, flexibilidade, mobilidade e sustentabilidade.
Conhecida como mini casa, ou tiny house, a ideia vem se tornando uma tendência mundial. Neste tipo de habitação, os projetos contemplam espaços otimizados, dando usos múltiplos a cômodos e mobiliários. O sucesso mundo afora é decorrente da passibilidade de se reduzir o custo de um imóvel, na medida que terrenos urbanos e rurais se tornam cada vez mais caros.
Apesar da visibilidade internacional, este tipo de arquitetura ainda não é tão conhecido no Brasil. “Durante a construção, por conta de pesquisas em busca de fornecedores, percebi que a região é carente desse tipo de mão-de-obra e tecnologia. Então resolvi me especializar nesse ramo”, explica o arquiteto Delton Leandro, responsável pelo projeto e dono da casa contêiner.
Para ele, a residência compacta permitiu que o terreno da chácara em Lorena fosse melhor aproveitado. Isso porque, além de usá-la como moradia, pode também usufruir das terras para plantação de alimentos e promoção de eventos e cursos. “Eu batizei esse espaço com o nome de Container Farm, pois une a ideia da arquitetura com contêiner a um ambiente rural. Planejei tudo para que fosse um espaço multiuso, tanto para viver, quanto para trabalhar e se divertir”.
Prático e acessível
Segundo o arquiteto, uma mini casa de até 60m² dura até três meses para ficar pronta, desde a aquisição do contêiner até a adaptação estrutural e o revestimento. Construções como essa podem ser instaladas tanto em áreas rurais como urbanas, em projetos residenciais ou comerciais, como escritórios, casas noturnas e galpões. E também podem ser transportadas a outros terrenos com a ajuda de um caminhão ‘munck’, possibilitando que a casa se adapte ao momento de vida do morador.
“Construções em container propõem uma solução econômica e eficiente para quem quer viver ou trabalhar em espaços menores, mas que não abre mão de conforto e qualidade. Essa arquitetura eficiente traz menos custos, proporciona maior versatilidade ao estilo de vida e possibilita mobilidade à construção”.
Contêiner reutilizado
Além de prática e acessível, a mini casa é considerada mais sustentável, pois reduz a pegada ecológica – menor impacto gerado ao meio ambiente ao longo do processo construtivo. “Reutilizamos contêineres que antes eram destinados ao transporte de cargas e que, a partir de um momento, deixaram de ter utilidade para essa atividade. O reuso é muito importante para evitar o descarte irregular e evitar a demanda de produção de novos materiais”, explica Leandro.
Ao contrário das técnicas convencionais, a construção seca de uma mini casa de contêiner praticamente não gera perda de material. Partes das chapas retiradas do contêiner durante a customização podem ser utilizadas em outros pontos da obra. “Além disso, alguns elementos podem ser instalados, como aquecedores solares, placas fotovoltaicas para geração de energia, sistemas de captação de água pluvial e cisternas, de modo que a edificação pode ser praticamente autossuficiente em alguns casos, se for necessário ou por escolha do cliente”.
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