Construída no final dos oitocentos pelo coronel Manoel Ignácio do Canto e Silva, fazendeiro, homem de vastos recursos e político de largo prestígio na então província do Paraná e, também, herói da Guerra do Paraguai, o imóvel constitui-se em exemplo da arquitetura de transição entre o colonial e o neoclássico, fruto das transformações pelas quais passou a sociedade brasileira a partir de meados do século XIX.
Essas transformações, entre outras, trouxeram, como consequência, modificações substanciais nos hábitos de construção e habitação e deram origem à casa urbana, geralmente térrea, com ou sem porão alto, e cujas soluções de implantação ligavam-se à liberação de, pelo menos, parte da construção dos limites dos lotes.
Ainda subsistia uma divisão entre dois ambientes principais: um, social ou comercial; e o outro, familiar, de habitação; divisão essa menos rígida, entretanto, que nos séculos anteriores.
Nas novas soluções, as salas multiplicaram-se e passaram a ter várias passagens de ligação com o restante da habitação. Surgiram compartimentos para escritório ou comércio e a peça mais importante do setor familiar passou a ser a sala de jantar, que perdeu o enclausuramento anterior.
AS FACHADAS
As fachadas são compostas de sequência de portas e janelas, cujas linhas renunciam à ondulação barroca, mas sem incorporar, ainda, os elementos ecléticos do neoclassicismo.
Os vãos de portas e janelas são guarnecidos de madeira lavrada, retos, encimados por cimalha também de madeira. As folhas das esquadrias, as portas e os postigos internos das janelas são em calha e as folhas externas das janelas, em sistema de guilhotina, divididas em quadrículos.
Os acabamentos internos são simples, os forros do tipo saia-camisa, encabeirados. Apesar de todas as modificações pelas quais passou, fruto de inúmeras intervenções — alterações nas fachadas, substituição das telhas originais por francesas, entre outras —, o imóvel, em bom estado de conservação, enquadra-se na descrição anterior, salientando-se, ainda, a existência de cunhais de massa emoldurando a fachada frontal.
DADOS
Localização: Praça Getúlio Vargas, 10, esquina com a Rua General Osório.
Data da construção: Fins do século XIX.
Proprietário: Prefeitura Municipal de castro
Tombamento estadual: Processo nº 79/81, Inscrição nº 77. Livro do Tombo Histórico,
Data: 04/01/1982.
VIA: Espirais do tempo
JERA Arquitetura e Engenharia – contato@jera.site
Projeto de Arquitetura • Arquiteto • Engenheiro Civil • Construção • Regularização • Acompanhamento de Obra •
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