Ocupando quarta posição no ranking de certificação LEED, o país começa a assistir ao crescimento de construções residenciais sustentáveis.
O Brasil é o quarto país com mais construções sustentáveis no mundo, atrás apenas do Canadá, China e Índia. É o que aponta o ranking de certificação LEED, presente em 165 países, e principal plataforma usada para edifícios verdes com mais de 170 mil m². No Brasil, são 1.230 projetos registrados e 423 certificados. A informação é do Green Building Council (GBC), maior órgão internacional de certificação do setor com dez anos de atuação.
Felipe Faria, diretor do GBC Brasil, comenta que edificações corporativas de alto padrão foram a maior demanda até agora. Em 2016, apesar da crise, a construção sustentável apresentou um dos melhores desempenhos em termos de projetos registrados em busca da certificação: foram 205 projetos novos, apenas quatro a menos do que 2012, o ano de maior busca pela certificação.
O crescimento se deve a ampliação do mercado das construções sustentáveis que não se restringem a edificações de alto padrão e está presente em residências, escolas, creches, hospitais e museus. Faria comenta que a percepção dos benefícios das construções verdes está chegando com força ao setor residencial. Em agosto, o GBC lançou outro certificado, o CASA, destinado a construções de residências e condomínios (casas ou edifícios). Já são 43 projetos registrados e três certificados.“Passamos a penetrar diferentes setores do mercado e para os próximos anos acreditamos que iremos ingressar com mais força no setor residencial”, comenta o diretor do GBC.
Benefícios e viabilidade
De acordo com o GBC, o mercado de construções verdes no Brasil tem se consolidado nos últimos 10 anos, com o engajamento da cadeia produtiva da construção civil, que envolve construtoras, arquitetos, fornecedores de produtos e serviços. “A certificação é uma ferramenta de transformação de mercado e é uma forma de mensurar o quanto a iniciativa pública e privada vem adotando esses sistemas que significam edificações sustentáveis, de alta qualidade e alto desempenho”, explica Felipe Faria.
A viabilidade econômica é uma das principais dúvidas de quem tem interesse em construir uma residência ou edifício corporativo verde. O diretor do GBC informa que o custo da construção costuma a ser entre 0 e 6% mais alto, mas o custo de operação de um edifício com certificação LEED é muito menor em relação aos outros. Ele ressalta que o custo de construção corresponde a cerca de 15% dos gastos do edifício ao longo de seus anos de uso, o restante são custos de operação.
Além da redução do custo de operação, a melhora da qualidade de vida é outro benefício de quem opta por edifícios e residências com certificação de sustentabilidade. “Passamos a maior parte do dia em ambientes fechados. Se esses espaços não oferecem conforto, teremos experiências negativas”, opina Farias. Ele também ressalta avalorização do imóvel, a redução do consumo de água e energia, e a melhora na segurança e saúde dos trabalhadores e moradores como outras qualidades das construções verdes.
Fonte: CASA é o novo selo brasileiro de construções sustentáveis