A preocupação com o meio ambiente e com a qualidade de vida de seus habitantes faz com que, cada vez mais, cidades ao redor do mundo desestimulem o uso de carros e deem preferência a pedestres, ciclistas e ao transporte coletivo. Algumas delas, inclusive, pretendem banir completamente a utilização de automóveis particulares em suas regiões centrais em pouco tempo.
A Noruega lançou este ano um programa o qual prevê, até 2025, a eliminação de carros movidos à gasolina ou diesel em todo o país, sendo substituídos por veículos elétricos. Antes disso, no entanto, a capital Oslo deverá até 2019 banir a utilização de todos os carros no centro da cidade.
E não apenas cidades na Noruega estão decididas a diminuir drasticamente o uso de carros particulares. Urbanistas e políticos ao redor do mundo estão engajados em encontrar soluções para as cidades propiciarem maiores espaços a pedestres e ciclistas e menores emissões de CO2.
Conheça então, as 11 cidades que estão liderando o movimento “car-free”.
OSLO IRÁ BANIR TODOS OS CARROS DO CENTRO ATÉ 2019
Oslo planeja definitivamente banir os carros do centro da cidade até 2019. Isso acontecerá seis anos antes de o país todo extinguir o uso de veículos movidos a combustíveis fósseis. A capital norueguesa irá investir pesado em transporte público e transformar 56 km de ruas em rotas exclusivas para bicicletas.
A verdade é que Oslo está se movimentando muito rapidamente nesse sentido. Tornou-se exemplo mundial na luta contra o uso exagerado de veículos particulares, inspirando com isso outras cidades em todo o planeta.
PLANO DE MADRI EM DIMINUIR O USO DE VEÍCULOS É CADA VEZ MAIS EXTENSIVO
Madri planeja banir completamente o uso de carros em 3 km² do centro da cidade até 2020. Urbanistas da prefeitura replanejaram 24 das mais movimentadas ruas da capital espanhola para serem utilizadas exclusivamente por pedestres.
A iniciativa partiu do “Plano de Mobilidade Sustentável”, com a meta de reduzir o uso diário de veículos particulares em até 29%. Motoristas que ignorarem a nova resolução pagarão multa de até € 100 (R$ 371,00). E os carros mais poluentes (como os que utilizam diesel como combustível) pagarão ainda mais caro para estacionarem nas áreas centrais.
MORADORES DE CHENGDU CHEGARÃO A QUALQUER LUGAR CAMINHANDO POR NO MÁXIMO 15 MINUTOS
Os arquitetos de Chicago, Adrian Smith e Gordon Gill projetaram uma nova área residencial para a cidade chinesa de Chengdu. O layout propicia que seja mais fácil caminhar a dirigir, com ruas projetadas para que as pessoas cheguem a pé e em no máximo 15 minutos a qualquer lugar.
Enquanto Chengdu não bane completamente o uso de carros, somente metade das ruas no novo bairro, planejado para 80 mil moradores, permitirão veículos. A zona estava inicialmente prevista para ser inaugurada em 2020, mas questões burocráticas aumentaram esse prazo.
HAMBURGO TORNA A VIDA DE PEDESTRES CADA VEZ MAIS FÁCIL
A cidade alemã de Hamburgo planeja tornar a caminhada e a bicicleta os meios de transportes dominantes. Em menos de duas décadas, Hamburgo irá reduzir o número de carros e permitir unicamente a entrada de pedestres e ciclistas em determinadas áreas.
O projeto chamado gruenes netz ou “rede verde” irá conectar diversos espaços para que pessoas possam acessá-los sem carros. Em 2035, a rede irá cobrir 40% de Hamburgo e incluirá parques, playgrounds, campos esportivos e cemitérios.
BICICLETAS CONTINUAM SENDO A REGRA PELAS RUAS DE COPENHAGUE
Hoje, quase metade dos moradores de Copenhague utilizam bicicletas para se locomoverem pela cidade todos os dias. Isso aconteceu graças a um grande esforço, com a finalidade de introduzir zonas exclusivas para pedestres. Pioneira, a política teve início ainda nos anos 60. A capital dinamarquesa, atualmente, conta com mais de 320 km de ruas exclusivas para bikes e uma das mais baixas porcentagens de veículos por habitantes da Europa.
A próxima meta agora é a de construir super vias expressas para bicicletas conectando o centro aos subúrbios. A primeira dessas rotas foi entregue em 2014 e outras 11 serão concluídas até o final de 2018. A cidade também pleiteia estar completamente livre de emissões de carbono em 2025.
PARIS IRÁ DIMINUIR O USO DE CARROS E DOBRAR A QUANTIDADE DE CICLOVIAS
Quando Paris iniciou o seu rodízio de veículos, impedindo que determinado final de placa circulasse um dia por semana a partir de 2014, a poluição diminuiu em 30%. Agora, a cidade pretende desencorajar o uso de carros em toda a região central.
Desde julho de 2016, todos os motoristas com carros fabricados antes de 1997 não são permitidos dirigirem no centro da cidade em dias úteis. Se fizerem são multados e em caso de reincidência podem ter o veículo apreendido. No entanto, ainda são permitidos circularem livremente aos finais de semana.
A prefeitura diz que os planos são dobrar a quantidade de ciclovias. Conjuntamente irá selecionar ruas as quais somente veículos elétricos poderão trafegar a partir de 2020. A capital da França também aumenta os esforços da conscientização sobre a emissão de carbono. Implantou em 2015 um dia do ano livre de carros e desde 2016. diversas regiões da cidade faz o mesmo aos domingos. É o programa “Paris Respire”.
LONDRES OBRIGA A MOTORISTAS PAGAREM A TAXA DE CONGESTIONAMENTO
A capital britânica foi uma das primeiras cidades do mundo a implantar o pedágio urbano para trafegar no centro. Desde 2003, quem circula com veículo individual nessa zona em horário comercial necessita pagar uma taxa de £ 11,50 (R$ 46,00). É a chama “congestion charge” ou taxa de congestionamento. A medida conseguiu diminuir em 40% os engarrafamentos.
Londres também se esforça para proibir todo tipo de veículo movido a diesel em sua área urbana. Em julho, o Reino Unido anunciou que pretende impedir a venda em todo o país de carros movidos a diesel ou gasolina até 2040.
BRUXELAS PRETENDE SER A CIDADE COM A MAIOR ÁREA “CAR-FREE” DA EUROPA
A maioria das ruas em torno da Grand-Place, da Bolsa de Valores e da Rue Nueve (a principal rua de comércio da capital belga) sempre foi exclusiva a pedestres. Isso faz com que a cidade já tenha a segunda maior área “car-free” da Europa, atrás apenas de Copenhague. Mas eles querem mais.
Em 2002, Bruxelas lançou a sua primeira “Semana da Mobilidade”, a qual orienta a encorajar a preferência do transporte público sobre o privado. E um dia por ano no mês de setembro, todos os carros são proibidos de trafegarem no centro da cidade.
Uma das propostas é transforar avenidas movimentadas em bulevares exclusivos para pedestres. Em fevereiro, Bruxelas também informou que a partir de 2018, veículos movidos a diesel estarão proibidos na cidade.
SÃO FRANCISCO PRETENDE PROIBIR O USO DE CARROS EM UMA DE SUAS RUAS MAIS MOVIMENTADAS
No último dia 02 de agosto, a prefeitura de São Francisco anunciou o plano de banir os carros e construir 3,5 km de ciclovias na Market Street, uma das mais movimentadas da cidade. Hoje, existem 200 km de ciclovias espalhadas ao longo de San Fran.
O projeto para tornar a Market Street uma “pedestrian-friendly” levará oito anos e terá investimento público de US$ 604 milhões (R$ 2 bilhões). Apesar da previsão de vários anos para a conclusão, a primeira fase é esperada para o início de 2018.
BOGOTÁ TEM PLANOS DE ELIMINAR OS CARROS DAS RUAS DESDE 1974
Em Bogotá, mais de 120 km de ruas fecham completamente para o uso de carros um dia todas as semanas. Esse evento começou em 1974 e se chama Ciclovía. A cidade, atualmente, conta com 320 km de vias exclusivas a bicicletas, uma das mais extensas da América Latina.
Em 2013, o governo local implantou o programa Pico y Placa (Pico e Placa). A medida restringe o uso de veículos particulares em horários de pico de tráfego conforme a placa.
EM NOVA YORK, O USO DE CARROS VEM DECRESCENDO EM PEQUENAS DOSES
Nova York não planeja banir o uso de carros tão em breve. Apesar disso, a cidade amplia o número de áreas para pedestres. E tudo aliado ao compartilhamento com bicicletas, metrô e linhas de ônibus.
Diversas áreas populares como a Times Square, Herald Square e Madison Square Park são permanentemente para o uso de pedestres. Em três sábados nos meses de agosto de cada ano, centenas de milhares de pessoas ocupam as ruas no chamado “Summer Streets”, um evento anual que proíbe carros em uma grande avenida que faz a ligação entre o Central Park e a Ponte do Brooklyn, ficando aberta unicamente a pedestres e ciclistas.
Os planejadores urbanos se preparam para cada vez mais aperfeiçoarem Nova York a novas alternativas de transporte. Com mais zonas exclusivas a pedestres o ao transporte público. A cidade não deve ser pensada unicamente para motoristas. Novas e mais saudáveis maneiras de colaborar com a vida cotidiana é primordial para o futuro da metrópole.
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