Ambientes com instalações à mostra remetem a antigas fábricas e indústrias. Saiba como planejar da escolha da mão de obra à instalação
FOCO NO PLANEJAMENTO
Comum em países onde se costuma reciclar galpões e fábricas, a arquitetura com ar industrial conquista cada vez mais adeptos no Brasil – e já há algum tempo.
Com seu jeito despretensioso e moderno, essa proposta é marcada, sobretudo, pelas instalações à vista, que além de corresponderem geralmente aos sistemas elétrico e hidráulico, também ornamentam os ambientes.
Porém, recomenda-se muita cautela se você acredita que esse recurso é meramente estético e pode ser decidido em qualquer momento da obra. “Deve-se planejá-lo desde o início do projeto”, orienta o arquiteto Gustavo Calazans.
“Os trajetos das tubulações, protagonistas no resultado final, têm de formar desenhos harmônicos e serem distribuídos de maneira prática para o uso diário”, afirma a arquiteta Veronica Molina, do Estúdio Penha.
Além de confiar o trabalho a profissionais que conheçam bem essa alternativa, procure mão de obra experiente. “O eletricista vira um artesão, cuidando do corte das peças e da perfeição em encaixes e curvas”, explica Danilo Delmaschio, da empresa O Empreiteiro.
“Os tubos são colocados após a pintura final das paredes, por isso todo cuidado é bem-vindo”, completa. Não à toa o valor gasto com material e serviço acaba sendo maior do que o consumido numa obra convencional, onde tudo fica escondido pela alvenaria.
Na definição dos materiais, quem vai de elétrica à mostra costuma preferir o aço galvanizado, resistente e mais econômico que o cobre. “A hidráulica pede cobre ou PVC, em caso de água fria. O PVC exige pintura para ficar mais bonito”, explica a designer de interiores Ana Veirano, da RAP Arquitetura.
CAMINHO MILIMÉTRICO
Depois de o arquiteto desenhar o trajeto das tubulações, cabe ao empreiteiro ou ao construtor quantificar tubos (as barras variam entre 3 e 6 m), curvas e outros itens. Não é necessário um engenheiro elétrico para esta conta, mas um especialista em elétrica.
30% mais caro do que uma obra comum (de instalações embutidas), tanto em material como em mão de obra
CUIDADOS GARANTEM ACABAMENTO
Todas as etapas merecem atenção, da escolha dos materiais ao manuseio no canteiro de obras. Mais do que serrar os tubos na medida certa, é preciso acertar na fixação e na manutenção das peças.
Quebra-cabeça
Os tubos precisam ter tamanho e bitola especificados na planta. Luvas ajudam nas emendas e curvas alteram a direção do circuito. Canos de PVC são fáceis de cortar. Os de aço e cobre pedem ferramentas específicas.
Segurança
Diferentemente da elétrica, as redes aparentes de hidráulica e gás exigem testes de estanqueidade para a checagem de possíveis vazamentos. Instalação As garras de fixação são colocadas antes dos tubos com a ajuda de buchas e parafusos. O bom e velho metro e a trena são fundamentais para fazer as medições.
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Sistemas independentes
Para os cabos de internet, telefone e TV, use outro conjunto de canos, que deve correr em paralelo aos da instalação elétrica.
Manutenção A fim de conservar a tubulação sempre bonita, é necessário realizar a limpeza atenta nos dutos, já que a poeira fica impregnada na superfície.
VANTAGENS
A lista inclui benefícios como ter uma obra mais limpa e ganhar tempo na resolução de problemas – basta abrir a rede no ponto comprometido.
1. AMPLIAÇÃO
Sem quebra-quebra nem muita sujeira, é possível aumentar rapidamente o número de tomadas e reconfigurar o circuito elétrico, diferentemente do método convencional, que exige a abertura das divisórias de alvenaria.
2. SEM DESPERDÍCIO
No sistema construtivo com alvenaria, depois de subir as paredes, é preciso rasgá-las para passar conduítes e canos, desperdiçando material e aumentando o tempo de obra. Isso não acontece quando a tubulação fica à vista.
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3. SOLUÇÃO RÁPIDA
Tanto nas redes elétricas quanto nas hidráulicas, fica mais simples resolver um problema com os fios ou possíveis vazamentos. Se tudo está escondido, esse processo demora mais para ser reparado (e até notado).
DESVANTAGENS
Valores mais altos de serviço e material são inconvenientes do método, que demanda equipe experiente.
1. CUSTO
Vale saber: a mão de obra e o material empregados no sistema aparente custam até 30% a mais do que na versão embutida. “Como uma peça de design, o mercado passou a valorizar mais essa alternativa”, fala Danilo Delmaschio.
2. ESMERO
Com função decorativa ao desenhar paredes e tetos, as tubulações pedem equipe treinada para manusear as peças. “Faz toda diferença solicitar o serviço a alguém caprichoso e atento ao projeto”, afirma Ana Veirano.
3. PERDA DE CALOR
Há quem prefira não adotar essa opção na rede hidráulica devido à perda de temperatura da água. “O encanamento fica exposto e, sem isolamento, reduz-se a proteção térmica”, continua Ana Veirano.
“No projeto, desenhamos onde há tubulação, caixinhas e curvas. Quando um circuito cruza com o outro, os colocamos em planos diferentes.” Verônica Melina, arquiteta
via: https://arquiteturaeconstrucao.abril.com.br/sua-obra/como-planejar-espacos-com-tubulacao-aparente/
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