Iluminar moradias como forma de suprir a carência de luz natural é uma preocupação humana desde tempos remotos. A partir do XX, nas atribuições da carreira dos arquitetos, surgiram estudos sobre como aplicar a iluminação artificial nos ambientes. Conhecida como luminotécnica, luminotecnia ou lighting design está é uma das áreas de maior demanda por profissionais no país.
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O professor Rogério França do curso de extensão em Lighting Design da FAAP em São Paulo esclarece: “Antes da concepção do projeto luminotécnico, o projetista de iluminação ou lighting designer precisa entender o espaço arquitetônico e compreender as exigências humanas em relação ao espaço projetado”. França enfatiza, ainda, a importância da compreensão sobre o significado da luz para a saúde física e mental dos usuários. O objetivo principal, segundo o professor, é o de criar ambientes em que a sensação de bem estar seja alcançada.
Ao longo das décadas, essa “ciência” evoluiu e se desenvolveu bastante. Houve avanço das tecnologias e a criação de novos tipos de lâmpadas e iluminações, como o Led. Portanto para ele “hoje o maior desafio dos profissionais que ‘desenham’ a luz é a de acompanhar essa evolução tecnológica e garantir bons resultados em seus projetos”.
LUMINOTÉCNICA E ARQUITETURA
Dentro da luminotécnica são conciliados os amplos conhecimentos do arquiteto. Porém, o foco é voltado para a iluminação nos projetos de interiores e exteriores. Mas o gosto dos clientes é de extrema relevância e deve ser levado em consideração.
Trabalhar com luminotécnica hoje está em alta! É o que garante o especialista Rogério França. Nos próximos anos, a demanda será crescente por profissionais qualificados e criativos para a área. Profissionais que saibam lidar de forma eficiente com a iluminação serão extremamente valorizados. De acordo com o professor há diversos segmentos com necessidades de profissionais em iluminação. “Hoje o projetista de iluminação ou lighting designer pode atuar em vários segmentos dentro ou fora da arquitetura”. Dentre os exemplos, ele destaca: iluminação cênica, iluminação pública e urbana, iluminação arquitetural, automação de projetos luminotécnicos, consultoria de certificações ambientais como LEED e etc.
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CRESCE A DEMANDA POR PROFISSIONAIS DE LUMINOTÉCNICA
O maior desafio dos lighting designers é justamente conseguir bons resultados, pois luz você não a vê, você sente. Por isso, segundo Rogério França, o design de iluminação é uma disciplina técnica com um resultado estético. Porém, um bom resultado em luminotecnia depende de vários fatores. “Dentre eles, podemos citar o tipo de ambiente, o tempo de permanência naquele espaço, a linguagem arquitetônica utilizada na obra. Além da interação entre a luz artificial e a luz natural, o perfil do cliente e o quanto ele deseja investir”. Sendo assim, um bom lighting designer precisa ter profundo conhecimento do que é tecnicamente possível.
Vantagens para arquitetos e clientes
Com o crescimento da demanda por arquitetos que saibam trabalhar plenamente com iluminação, ocorre duas vantagens diretas. Ao arquiteto que aumenta suas áreas de ganho e ao cliente, a praticidade de contar com apenas um profissional para seu projeto. Dessa forma, o cliente tem a sua disposição um profissional quase completo, o qual está apto a oferecer soluções em vários âmbitos do projeto. Isso colabora junto ao cliente na economia de tempo e dinheiro, pois evita da contratação de um segundo profissional apenas para o projeto luminotécnico.
Além de ambientes internos, arquitetos especializados em luminotecnia precisam ter a sensibilidade sobre a utilização harmônica da iluminação artificial também em ambientes externos. Ter a consciência e o discernimento em saber evitar a poluição luminosa. Infelizmente, o uso irracional dos sistemas de iluminação causa efeitos indesejáveis no meio ambiente como: danos à flora (o não crescimento ou não florescimento de plantas, por exemplo), a fauna (a desorientação de animais de hábitos noturnos), além do consumo excessivo de energia elétrica. Portanto, é fundamental saber planejar e utilizar lâmpadas, luminárias e acessórios adequadamente para o melhor resultado em áreas externas.
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ESPECIALIZAÇÃO EM LIGHTING DESIGN
O professor Rogério França orienta que as faculdades de arquitetura e engenharia não ensinam sobre iluminação. Elas, em geral, dão apenas uma noção básica em disciplinas ligadas a instalações elétricas e conforto ambiental. Segundo ele, para se aprimorar na área de luminotécnica é necessário fazer um curso de especialização. Neste tipo de curso, o aluno irá aprender sobre os principais conceitos luminotécnicos, tipos de fontes de luz artificial (lâmpadas). Além de aplicações, equipamentos, cálculos luminotécnicos, criação de ambiências e atmosferas, projetos luminotécnicos, automação e etc.
Para o professor da FAAP, a indicação para aqueles os quais desejam trabalhar com luminotécnica ou lighting design é investir em cursos de extensão e cursos de pós-graduação em iluminação. No Brasil são oferecidos varias opções de cursos de iluminação ou lighting design. Os cursos de extensão com carga horária de 40 horas, por exemplo, são uma ótima opção para quem deseja aprender de forma prática e não tem muito tempo. Há ainda, os cursos de pós-graduação com dois anos de duração voltado a aqueles que desejam se tornar um especialista em iluminação.
“O mais importante é sempre se manter atualizado, luminotécnica não é uma disciplina fácil, as tecnologias mudam muito rapidamente e o estudo é constante” – ressalta.
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