Descubra como escolhas arquitetônicas podem influenciar a percepção e determinar o comportamento humano
Você sabia que o design de um espaço pode influenciar como nos sentimos?
Sim!
Algumas escolhas arquitetônicas fazem nosso cérebro interpretar determinadas mensagens e traduzi-las em percepções e sentimentos.
Como quando entramos em um museu e respeitamos o silêncio ou quando estamos num longo corredor com paredes escuras e sentimos medo.
A arquitetura dos espaços ao nosso redor determina não só como nos sentimos, mas também como nos comportamos ou desenvolvemos determinados hábitos.
Isso acontece porque nosso sistema nervoso é capaz de adaptar suas morfologia e fisiologia de acordo com estímulos internos e externos.
Essa capacidade de adaptação morfológica e fisiológica é o que conhecemos como plasticidade cerebral.
A descoberta vem do campo da neurociência, que estuda como nosso cérebro reage, evolui e desenvolve respostas a partir de estímulos.
Nesse sentido, podemos afirmar que a neuroarquitetura é a aplicação de conceitos e princípios da neurociência em espaços arquitetônicos,
com o objetivo de compreender como o ambiente físico impacta e influencia o comportamento humano.
Afinal, o corpo humano reage o tempo todo a estímulos externos através da liberação de substâncias químicas, como hormônios ou neurotransmissores, além da alteração dos estados mentais, percepção e emoções.
A neuroarquitetura no planejamento de ambientes
Os estudos desta área buscam também entender como é possível criar ambientes capazes de inibir ou estimular determinados padrões, sempre levando em consideração o objetivo de um determinado espaço.
Se você está construindo um escritório em sua casa, quais elementos pode utilizar para aumentar a produtividade?
Em seu quarto, o que pode fazer para que seja um ambiente mais calmo e aconchegante?
Planejar ambientes que deixam as pessoas mais relaxadas, animadas ou capazes de aprender com mais facilidade, por exemplo, é o trabalho da neuroarquitetura.
Isto pode ser aplicado em ambientes residenciais, corporativos, comerciais, escolares, hospitalares, além de áreas externas, fachadas e obras urbanísticas.
Vale para todos os espaços construídos pelo homem e para o homem.
A neuroarquitetura é, portanto, uma excelente ferramenta para criar ambientes mais saudáveis, analisando a rotina e as preferências de uma pessoa ou de um grupo.
É uma experiência personalizada que deve levar em consideração contextos como a iluminação natural, condições climáticas, estrutura arquitetônica, variáveis urbanas e muito mais.
Portanto, não existe uma regra que serve para todos os projetos.
Projetos de neuroarquitetura personalizados
De forma geral, podemos resumir que a neuroarquitetura é o desenvolvimento de projetos pautados no ser humano.
Tendo essa ideia de conceito resumido em conta, alguns exemplos práticos de neuroarquitetura são:
uma iluminação que simula o ritmo cicardiano e pode ajudar quem sofre com insônia, a presença de plantas dentro de casa para aprimorar a qualidade do ar, ou a disposição de móveis ergonômicos que evitam dores e desconfortos.
No entanto, para que cada projeto neuroarquitetônico seja personalizado, alguns aspectos precisam ser analisados.
Na sequência você confere como é possível utilizar cada um dos pontos essenciais para gerar um impacto positivo nas pessoas através do design de espaços.
Iluminação natural
Ambientes com iluminação natural provocam a sensação de aconchego e conforto, pois geram proximidade com a natureza e com o que está do lado de fora.
Além de estimular o ritmo natural do corpo, promove mais saúde e bem-estar. Para isso, projetos devem priorizar janelas que permitem a entrada de luz natural e cortinas de tecidos leves.
Cores
No livro A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão, escrito em 1989, a especialista Eva Heller, defende que as cores e como as percebemos mudam de acordo com o contexto,
mas também podem ser associadas a experiências universais que estão profundamente enraizadas em nossa linguagem e pensamento.
Por isso, a cor de um ambiente determina e provoca diversas sensações.
Vermelho, por exemplo, transmite mais energia.
Azul claro e branco transmitem mais tranquilidade e paz, assim como o off white gera mais conforto.
Ergonomia
Ergonomia nada mais é do que a interação do ser humano com o ambiente ao seu redor, priorizando conforto e qualidade de vida.
É bastante comum em ambientes de trabalho nos quais cadeiras, mesas e objetos precisam ser pensados para gerar menos impacto no corpo das pessoas.
Exemplos: uma cadeira ergonômica e confortável que não gera dor nas costas, mesas adaptadas à altura de cada pessoa, a altura de um monitor ou o design de um mouse que evita tendinite.
Estes aspectos são responsáveis por mais conforto e, consequentemente, felicidade.
Organização
Pensar na organização de um ambiente priorizando espaço para circulação, praticidade, localização e funcionalidade dos objetos, ajuda a criar atmosferas mais agradáveis e estimulantes.
Elementos da natureza
Da mesma forma que a luz natural influencia o humor e a percepção, elementos naturais como plantas e decorações vivas podem transformar um ambiente.
Seja melhorando a qualidade do ar ou dando uma estética mais próxima da natureza, os ambientes gerados por este tipo de elementos podem ser bastante favoráveis para nossos estados cognitivos.
Você conhecia o conceito de neuroarquitetura?
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Via Domestika (https://www.domestika.org/pt/blog/10018-o-que-e-neuroarquitetura-e-como-melhora-a-qualidade-de-vida)