Tal afirmação pode parecer errônea e até mesmo absurda, porém ao analisarmos a cadeia de consequências devido ao aumento excessivo de vias e pistas, veremos que a frase é verdadeira.
Ao aumentarmos o número de ruas, estamos dando cada vez mais espaço para o movimento dos veículos particulares nas cidades. Como as cidades são, em sua grande maioria, desenhadas em único plano, os cruzamentos são constantes a praticamente cada 100 metros (0,1Km). Com esse número exorbitante de cruzamentos, alguma coisa precisa ser feita para tentar organizá-los. Partimos então para os sinaleiros. Uma ferramenta tão simples, mas que se analisarmos a fundo, é o principal fator dos congestionamentos. Mesmo considerando que todos os sinaleiros são sincronizados e que essa sincronização funciona (o que é impossível devido a essa quantidade de ruas que existem nas cidades brasileiras), é o semáforo o responsável por interromper o fluxo e acumular uma quantidade de veículos. E por fim, para tentar compensar o tempo parado nos semáforos, algumas cidades ainda optam por aumentar a velocidade limite das vias, acreditando que isso fará com que o fluxo seja melhor quando a sincronização dos sinaleiros (se funcionar!) estiver com sinal verde.
E como tais atitudes se mostram cada vez menos eficazes, qual a alternativa? “Precisamos criar novas pistas para que circulem mais veículos ao mesmo tempo, é óbvio”, e eis que voltamos ao início do ciclo vicioso.
E se partíssemos para o outro lado dessa corrente? E se ao invés de darmos mais espaço para os carros, déssemos menos? E se ao invés de uma via arterial com cruzamentos a cada 100 metros, tivemos cruzamentos a cada 1 quilômetro? Será que todas as vias que existem nas cidades se fazem realmente necessárias? Será que o foco realmente deve ser a movimentação dos veículos ou das pessoas?
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