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Casa Colonial – Piraquara

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Muitos anos antes do início do povoamento da região dos chamados “Campos Gerais”, bandeirantes paulistas já haviam, por muitas vezes e em lugares diversos, penetrado e percorrido os sertões de Curitiba.

Após as primeiras incursões — à cata de ouro e preação do gentio —, começou a exploração do aluvião aurífero, sobretudo na imensa região do Açungüi, Jaguariaíva, Tibagi e no planalto curitibano.

As lavras do Itaimbé (Açungüi) marcaram, efetivamente, o início da exploração do ouro no Brasil Meridional e a História registra os nomes de Ébano Pereira, Agostinho de Figueiredo e D. Rodrigo de Castelo Branco como os pioneiros desses trabalhos.

Na região do Açungüi também foram notáveis as minas de Nossa Senhora da Conceição, Cachoeira e Ribeirão, exploradas pelo espaço de mais de vinte anos por Salvador Jorge Velho e seu genro Antonio Pires de Campos.

Assinala Romário Martins que “em São José dos Pinhais há vestígios de grandes trabalhos de mineração nas lavras de Saraiva e nas da serra que forma os vales dos rios Guaratubinha e da Prata.

de: http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/arquivos/File/tombados/PIR3-068F.jpg

Em Lavrinhas, no sítio denominado Fazendinha, em Campo Largo, há indícios de exploração de ouro e, em lugar incerto, ainda em 1712, o Capitão-Mor João Rodrigues de França garimpava com sucesso”.

O povoamento dos Campos de Curitiba tem sua origem nesses trabalhos de mineração e as minas do Arraial Grande, mais tarde São José dos Pinhais, que deram origem a Curitiba, ainda eram exploradas em 1741.

Dessas terras do Arraial Grande, fundado por mineradores, originaram-se os atuais municípios de São José dos Pinhais e de Piraquara.

Em data ignorada, o minerador Capitão Manoel Picam de Carvalho, buscando ouro, fundou pequeno arraial de mineração no lugar onde hoje situa-se Piraquara. Posteriormente, em 1731, o sítio foi vendido ao Capitão Antônio Esteves Freire e sua sogra, Isabel de Sena.

de: http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=50&evento=2

Nessa época, além do sítio referido já havia, nas proximidades, outras fazendas que, em conjunto, formavam o território do atual município. Essas fazendas eram propriedade do Capitão Manoel Gonçalves Cadeixa, de Manoel Cordeiro Matoso e do Sargento-Mor Manoel do Valle Porto, o qual, em 1710, obtivera sesmaria entre os rios Itaqui e Pequeno, de Manoel Rodrigues Tomaz e do capitão-mor João Rodrigues França.

Apesar de antigo, o povoado de Piraquara permaneceu estacionário durante muitos anos, como parte integrante do território de São José dos Pinhais. Inicialmente, simples arraial de mineração, tornou-se, mais tarde, propriedade particular, vendida e revendida até chegar ao poder do Capitão Francisco da Silva Freire, o qual, ao que tudo indica, não teria sido seu último proprietário particular.

Outras fazendas foram sendo instaladas em torno do povoado, depois Vila e hoje Cidade de Piraquara e somente com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro do Paraná, ligando o planalto ao litoral, foi que a localidade saiu da estagnação em que se achava.

Consoante a Lei 836, de 9 de dezembro de 1885, foi criada a Freguesia de Piraquara, sob a invocação do Senhor Bom Jesus e pelo Decreto n° 17, de 10 de janeiro de 1890, foi elevada à categoria de Vila, sob a denominação de Deodoro, homenagem ao Marechal Deodoro da Fonseca, então Presidente da República.

Em 1929, voltou a denominar-se Piraquara e em 31 de março de1938, recebeu foros de Cidade. Seu progresso, notadamente nos setores da agricultura e pecuária foi devido à vinda de imigrantes europeus, principalmente italianos, em 1875, fundadores da Colônia Santa Maria, hoje Nova Tirol.

Da Piraquara de ontem existe excelente documento: tela pintada por Alfred Andersen em 1921, hoje incorporada ao acervo da Associação Comercial do Paraná. O imóvel é uma casa de moradia urbana edificada no alinhamento predial, com dois pavimentos e sótão, e integra um conjunto arquitetônico com as unidades vizinhas.

Construída em alvenaria de tijolos, possui cobertura em duas águas com telhas francesas, arrematada por platibanda vazada na fachada principal. Seus vãos são emoldurados por requadros em madeira, sendo as janelas guarnecidas por esquadrias envidraçadas, divididas em quadrículos, do tipo guilhotina.

Dados

Localização: Rua Manoel Alves Cordeiro, 312.
Data da construção: Fins do século XIX.
Proprietário: Prefeitura Municipal.
Tombamento estadual: Processo n°069/79, inscrição n°68, Livro do Tombo das Belas Artes.
Data: 13/03/1979.


VIA: Espirais do tempo


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