Início Arquitetura Conheça Freddy Mamani, o “rei da arquitetura neo-andina”

Conheça Freddy Mamani, o “rei da arquitetura neo-andina”

O arquiteto boliviano é precursor de um novo estilo arquitetônico: a arquitetura neo-andina, que tem o propósito de colorir as ruas ‘monocromáticas’ de El Alto

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Cultura, cor e personalidade. Esses são os atributos que o arquiteto boliviano Freddy Mamani visa trazer em seu trabalho. Conhecido como o “rei da arquitetura nos Andes”, ele vem chamando atenção por ser precursor e criador de um novo estilo arquitetônico: o neo-andino. Seu propósito é colorir as ruas “monocromáticas” de El Alto, cidade mais alta do mundo, localizada na Bolívia.

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Segundo o site Dezeen, a maioria dos habitantes de El Alto vieram de áreas rurais, migrando em grande quantidade nas últimas três décadas. Para comportar a chegada de toda a população, a expansão da cidade se deu com a construção de edifícios a partir de tijolos de barro tradicionais, em cores neutras.

O arquiteto Freddy Mamani se inspira na estética local de ancestrais para criar os edifícios coloridos (Foto: Reprodução/Instagram/freddy_mamani_silvestre)
O arquiteto Freddy Mamani se inspira na estética local de ancestrais para criar os edifícios coloridos (Foto: Reprodução / Instagram / @freddy_mamani_silvestre)
Freddy Mamani trabalhava como assistente de pedreiro até conseguir uma vaga no curso de construção civil (Foto: Reprodução/Instagram/freddy_mamani_silvestre)
Freddy Mamani trabalhava como assistente de pedreiro até conseguir uma vaga no curso de Construção Civil (Foto: Reprodução / Instagram / @freddy_mamani_silvestre)

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“El Alto sempre foi considerada uma cidade monocromática, por causa da altitude e do clima frio”, disse Mamani, durante um evento no simpósio “A Year of Architecture in a Day” (Um Ano de Arquitetura em um Dia, em tradução livre), do Museu Metropolitano de Arte, em Nova York, em 2019. “Dia após dia, minhas obras dão um ar mais moderno ao local.”

Nascido em uma pequena comunidade aimará, Mamani trabalhava como assistente de pedreiro até conseguir uma vaga no curso de Construção Civil, da Universidade Maior de San Andrés, em La Paz. Suas referências e inspirações têm como base a estética local de seus ancestrais: “minhas obras incorporam formas e ideias da arquitetura usada na antiga capital imperial de Tiwanaku. Eu quero resgatar essa estética com elementos contemporâneos.”

A escolha de cores feita por Freddy Mamani é inspirada nos tecidos criados e usados ​​por mulheres da cultura aimará (Foto: Reprodução/Instagram/freddy_mamani_silvestre)
A escolha de cores feita por Freddy Mamani é inspirada nos tecidos criados e usados ​​por mulheres da cultura aimará (Foto: Reprodução / Instagram / @freddy_mamani_silvestre)
As inspirações de Freddy Mamani estão nas ruínas da antiga capital imperial de Tiwanaku (Foto: Reprodução/Instagram/freddy_mamani_silvestre)
As inspirações de Freddy Mamani estão nas ruínas da antiga capital imperial de Tiwanaku (Foto: Reprodução / Instagram / @freddy_mamani_silvestre)

Para os formatos geométricos, ele usa como referência imagens e formas naturais, como montanhas, animais e flores, ainda existentes nas ruínas de Tiwanaku, que fica à 60 quilômetros de distância de El Alto. Já as cores, tanto das fachadas quanto dos interiores, são inspiradas nos tecidos criados e usados ​​por mulheres da cultura aimará, com a qual 75% da população de El Alto se identifica.

Os edifícios servem para vários propósitos: no primeiro andar, costumam ter espaços para lojas e estabelecimentos comerciais, enquanto o segundo e o terceiro andar abrigam áreas comunitárias para se reunir com a família e os amigos. Apartamentos e instalações para a prática de esportes ficam no quarto e no quinto andar. A cobertura costuma ser o que ele chama de “cholet” – uma fusão entre as palavras “chola” (mulher latina, que usa determinados tipos de roupa e maquiagem) e chalé.

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Os edifícios servem para vários propósitos, entre eles comerciais e residenciais (Foto: Reprodução/Instagram/freddy_mamani_silvestre)
Os edifícios servem para vários propósitos, entre eles comerciais e residenciais (Foto: Reprodução / Instagram / @freddy_mamani_silvestre)
Cultura, cor e personalidade são os atributos que Mamani busca trazer a suas construções (Foto: Reprodução/Instagram/freddy_mamani_silvestre)
Cultura, cor e personalidade são os atributos que Mamani busca trazer a suas construções (Foto: Reprodução / Instagram / @freddy_mamani_silvestre)

Mamani já construiu cerca de 70 prédios com esse estilo em El Alto e mais de 100 por toda a Bolívia. Além de trazer cor à cidade, os edifícios têm sido um símbolo de status para os moradores e atraído turistas de várias partes do mundo. “As pessoas querem ser proprietárias dos prédios. Elas querem expressar sua cultura e identidade por meio deles. E a indústria do turismo está crescendo na cidade que antes era sem cor”, completa.

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via: https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Arquitetura/noticia/2020/07/conheca-freddy-mamani-o-rei-da-arquitetura-neo-andina.html

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