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Vazios urbanos utilizados para agricultura urbana

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As cidades brasileira, em geral, possuem muitos vazios urbanos. No entanto, eles podem se transformar em espaços para a agricultura social.

E é essencial aos arquitetos e urbanistas pensarem e refletirem sobre como se darão as novas relações urbanas. A agricultura urbana é um dos conceitos mais difundidos quando o assunto é desenvolvimento urbano e social.

Um dos maiores desafios do século XXI é como oferecer alimentos mais saudáveis e baratos aos moradores das cidades. Os cinturões verdes – áreas agriculturáveis ao redor das metrópoles – foram, e são, uma alternativa de dinamizar a logística de oferta de alimentos. Porém, urge a necessidade de que a produção ocorra dentro das próprias cidades.

Com isso, várias soluções vêm sendo desenvolvidas como: telhados verdes e a implantação de hortas. Ademais, é possível a otimização de espaços em residências. Inclusive, até mesmo os edifícios comerciais!

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MAS O QUE SÃO OS VAZIOS URBANOS?

Apesar da Constituição Federal de 1988, em seu artigo 182, garantir que as propriedades urbanas devem cumprir sua função social as cidades brasileiras estão repletas de espaços não edificados. Além disso, muitos – ou talvez a maioria deles – estão em regiões centrais e valorizadas das cidades, o que faz com que ocorra expansão e espraiamento exagerado e desnecessário da malha urbana.

Há mecanismos previstos no Estatuto das Cidades para que os vazios urbanos sejam evitados ou até inexistam. No entanto, isso depende muito da política urbana local e em boa parte das vezes forças impedem que as medidas sejam cumpridas.

ALGUMAS VANTAGENS DA AGRICULTURA URBANA

  • Barateamento do produto final
  • Menor necessidade no uso de agrotóxicos e fertilizantes
  • Diminuição da poluição e captura de carbono
  • Redução do desperdício no transporte
  • Utilização da água da chuva
  • Recuperação de espaços ociosos

OS VAZIOS URBANOS NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

Basta reparar que os vazios urbanos são lotes sem qualquer utilização prática. Mas por qual razão não serem instrumentos de produção de alimentos por meio de hortas urbanas.

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Em 2015, o estudante Deloan Mattos Perini, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) no Rio Grande do Sul, ganhou o Prêmio Jovem Cientista com esta propositura. O título de seu trabalho foi: “Modelo de agricultura urbana como inovação no processo de abastecimento de alimentos em cidades de pequeno porte” e teve como base o município de Erechim/RS.

O projeto mapeou as áreas de sua cidade e viu as que poderiam se transformar em hortas orgânicas urbanas. O potencial previsto é de 60 mil quilos de alimentos/mês. Além disso, o projeto prevê também como se dará essa distribuição. Elas são dividida em três partes, sendo uma comercializada e outras duas distribuídas para escolas e restaurantes populares.

O ENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE NA AGRICULTURA URBANA

Claro que projetos desse nível também dependem muito da atuação do poder público municipal a fim de promovê-lo, mas a sociedade pode ser a protagonista. No caso do projeto de Deloan Pierini, são pequenos grupos de vizinhos que se reúnem e passam a plantar e administrar hortas comunitárias.

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Assim, para Deloan, o projeto enfoca dois problemas atuais: a segurança alimentar e a qualidade dos espaços urbanos. “As pessoas preocupam-se cada vez mais com a saúde, e a alimentação contribui diretamente para a qualidade de vida. Embora muita gente não se dê conta, o espaço em que vivemos e interagimos dentro da cidade interfere constantemente na formação de nossa rotina e hábitos: por exemplo, no fato de conhecermos ou não nossos vizinhos, praticarmos ou não atividades físicas ao ar livre e até mesmo na nossa alimentação”.

O projeto requalifica os espaços urbanos, incentivando o investimento em áreas públicas ou privadas que estavam ociosas ou subaproveitadas. Com efeito, os equipamentos do sistema de agricultura urbana também ganham outros usos, transformando-se em espaços de convívio e lazer para a população.

INICIATIVAS DIMINUIRIAM AS DESIGUALDADES

Vazios urbanos são algumas das exposições mais nítidas de desigualdades no país. Quando a sociedade cria sistemáticas de evitar que eles existam é uma forma de tentar diminuí-las. Porém, nada mais seria melhor que utilizá-los para produzir alimentos.

De acordo com estudos recentes, mais de 5 milhões de pessoas passaram fome no Brasil em 2018 e muitos deles nas cidades. A oferta de alimentos a preços menores e mais acessíveis pode ser um caminho para diminuir este sério problema.

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Outra questão é a possibilidade de oferta-los à alimentação escolar, o que garante alimentos de qualidade com menores custos ao setor público.

via: http://44arquitetura.com.br/2019/07/vazios-urbanos-hortas/

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