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Os tipos de solo e a importância determinante na construção civil

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Conhecer os tipos de solo é de primordial importância quando o assunto é construção. Afinal, os diferentes tipos de solo são fatores determinantes para as fundações, as estruturas e o tipo de edificação a ser erguida em determinado local. Eles podem ser um limitador ou um facilitador ao uso do terreno. E no limite, pode trazer muita dor de cabeça tanto aos profissionais quanto aos proprietários caso não seja bem conhecido – e trabalhado. Portanto, cabe ao engenheiro ou arquiteto o mínimo entendimento na área. Mas, em muitos casos, a assessoria de um geólogo ou geofísico se faz importante.

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A IMPORTÂNCIA DO SOLO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O terreno faz parte integrante de qualquer construção, afinal é ele que dá sustentação ao peso e também determina características fundamentais do projeto em função de seu perfil e de características físicas como elevação, drenagem e localização. Em construções maiores é necessário realizar uma sondagem para ver em que nível do solo a camada é mais resistente em geral a melhor camada para as fundações é o leito rochoso ou acima dele, desde que permita a execução.

Em fundações que não descarrega muita carga para o solo, não é obrigatório fazer a análise de solo. Embora seja uma vantagem saber o tipo de solo em que se pretende construir, evitando como por exemplo, acidentes como o ocorrido no morro do Bumba em que foram construídas casas em cima de um lixão desativado.

Alguns solos não oferecem uma rigidez para uma construção, e esta por sua vez não exige uma fundação profunda. O método que pode ser adotado é o radier em que as cargas são distribuídas por toda a estrutura. No que tange à mecânica dos solos, é importante conhecer os três tipos básicos de solos: arenoso, siltoso e argiloso.

OS DIFERENTES TIPOS DE SOLO

Mesmo com a divisão básica em três tipos de solo, ela não pode ser considerada exata. Isto acontece, pois na natureza é justamente a mistura de diversos materiais que forma a crosta terrestre. Deste modo, é incorreto dizer que o solo arenoso é composto completamente por areia ou o argiloso somente por argila.

Os tipos de solo são divididos, sobretudo, de acordo com a densidade da sua composição, das necessidades especiais que possuem para a construção e como o solo se comporta quando aplicada determinada pressão sobre ele. São fatores relevantes na composição do solo, a densidade, a porosidade, a consistência e a relação do solo com a água.

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O SOLO ARENOSO

É o tipo de solo composto predominantemente por areia. Os componentes da areia possuem diâmetro que varia entre 0,05 mm a 4,8 mm.

O solo arenoso não possui grande índice de coesão, isto é, se movimenta facilmente e é altamente permeável. Para a construção, isso representa um grande desafio, já que onde há lençóis freáticos o solo arenoso pode permanecer firme enquanto em contato com a água, mas outras construções abaixam o lençol e movimentam o terreno.

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O solo arenoso. Imagem: Agrishow Digital

O solo arenoso requer fundações profundas com estacas, geralmente de aço ou concreto armado, para evitar esse efeito e garantir a segurança da estrutura. Normalmente, as construções portuárias se utilizam dessas estacas preenchidas com betão para aumentar a resistência da fundação.

Quem já percebeu aqueles prédios inclinados na orla de Santos/SP sabe bem o que estamos falando. Quando da construção destes edifícios, não houve preocupação com as fundações, que foram feitas de forma superficial. Com isso, quando novas construções foram sendo erguidas, o lençol freático baixou o nível – o solo não aguentou a carga e afundou.

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Já em relação às estradas construídas em solo arenoso há certas vantagens. Elas não se tornam um lamaçal em época de chuvas, assim como não levantam poeira na seca. O motivo desta condição é justamente o tipo de grão do solo arenoso. Por serem pesados e de difícil aglutinação, não são transportados e nem se tornam barro com facilidade. Ao contrário, por exemplo, do solo argiloso.

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Exemplo de edificações em solo arenoso sem fundações corretas acontece em Santos. Atualmente, no entanto, as novas edificações utilizam fundações de até 50m.

O SOLO ARGILOSO

É o tipo de solo mais comum em todo o Brasil. Sua importância é tamanha que há milhares de anos já era usado como argamassa. No Brasil, historicamente ele foi utilizado para a construção das famosas edificações de taipa (de casas a igrejas). Além disso, sua importância econômica na construção se dá pela fabricação de tijolos, telhas, azulejos e pisos cerâmicos.

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O solo argiloso tem importância histórica e econômica no Brasil, como a construção de telhas cerâmicas.

No entanto, podemos considerar o solo argiloso como o oposto ao solo arenoso. Ele possui grande capacidade de aglutinação, ou seja, de torna-se lama com facilidade. Os grãos da argila são microscópios (de até 0,005 mm), enquanto da areia são visíveis a olho nu. O solo argiloso é altamente denso quando não há umidade ou presença de água. Ao umidificar-se, ele torna-se viscoso.

Algumas características do solo argiloso:

O terreno argiloso caracteriza-se pelos grãos microscópicos, de cores vivas e de grande impermeabilidade. Como conseqüência do tamanho dos grãos, as argilas:
• São fáceis de serem moldadas com água;
• Têm dificuldade de desagregação.
• Formam barro plástico e viscoso quando úmido.
• Permitem taludes com ângulos praticamente na vertical. É possível achar terrenos argilosos cortados assim onde as marcas das máquinas que fizeram o talude duraram dezenas de anos.

Ao trabalhar com o tipo de solo argiloso, portanto,  é altamente recomendado realizar um estudo de solo aplicando a geofísica para saber exatamente qual fundação utilizar.

Porém, normalmente as fundações rasas são as mais utilizadas nesses tipos de solo, sendo que caso seja necessário reforçar as sapatas, o uso dos radiers é recomendado. Para atingir mais segurança, o uso de estacas também é recomendado, mas não usual.

OS SOLOS SILTOSOS

O silte é considerado um tipo “ruim” de solo. Ele é microscópico, assim como a argila, possui diâmetro de 0,005 mm. a 0,05 mm. Mas nem de longe possui o mesmo grau de coesão. Do mesmo modo, não há a plasticidade que o solo argiloso possui quando molhado.

Os piores tipos de estradas são as que estão em solo siltoso. Formam grandes atoleiros em épocas de chuva e muito pó no período seco. Outra característica do solo siltoso, aliás, é a grande possibilidade de ser vítima de erosão e desagregação natural. É um tipo de solo que demanda muito mais cuidados e manutenção.

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A MISTURA DOS SOLOS

Como dito anteriormente, não há um tipo de solo que seja único. Há variações, nunces e misturas entre eles. Justamente por isso é aconselhado o assessoramento e estudo detalhado daquele solo antes de empreender uma edificação. Há solos classificados como “argiloso-silte-arenoso” ou ainda “areia argilosa”, etc.

Veja alguns outros termos:
• Piçarra — Rocha muito decomposta e que pode ser escavada com pá ou picareta.
• Tabatinga ou turfa — Argila com muita matéria orgânica, geralmente encontrada em pântanos ou locais com água permanente (rios, lagos), no presente ou no passado remoto.
• Saibro – Terreno formado basicamente por argila misturada com areia.
• Moledo — Rocha em estado de decomposição mas ainda dura, tanto assim que só pode ser removida com martelete a ar comprimido.

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Fonte: Fórum da Construção / Arq. Iberê M. Campos

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via: http://44arquitetura.com.br/2018/05/tipos-de-solo-construcao/

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